26.11.07

Agora

O contorno...
É preciso abraçá-la.
Ela sorri.
Já não sei mais onde estou.
Ela faz o relógio correr, atordoado.
O tempo parar...

Seguro sua mão...
A vida fica simples como um beijo...

Calma...

Se houvesse um grande precipício à frente...
Ainda teria a mesma paz do seu lado...

Alguma coisa se move em mim...
Batimentos acelerados... náusea...

Deixo a lógica do lado de fora. Tranco a porta.
Aqui onde o universo morre e renasce...

Eu danço... a música vem dela...

Quero os seus olhos no amanhecer...
Pra que sempre haja sol.



17.11.07

A força desaparecendo...
O fim do fôlego...
Parada respiratória.

Seu olhar me tragando...
- Leve contigo o que houver em mim...

A entrega...
Dou um salto no escuro pra me encontrar em outras terras...
Num novo pôr do sol...

Num lugar onde eu realmente estou.

10.11.07




O silêncio
Sim, o silêncio dos mortos
O silêncio de um golpe no escuro
O silêncio em mim

Faço uma prece pra que as paredes se movam
E que o movimento não tenha que partir de mim
Queria a força para apagar todas as coisas
Queria um mundo que fosse meu
Todos dormem...

Noite clara. Ameaça de chuva
Minha alma grita. O silêncio.
E se não houver lugar, nem tempo...
Será que eu consigo?

Seguro o volante com mais força...
- Será que isso é um carro?

O que quer dizer não sentir?
Será que alguma coisa morre?
Se aquele muro sorrisse para mim seria mais fácil?

Então você se virava e fechava a porta
Eu já estou num túnel
O escuro não me incomoda...
Só as luzes
Luzes não, enfeites, disfarces...
Não gosto de artifícios

Tapeadores
O mundo anda tão desatento...
Eles se divertem

Entorpecentes
Cada vez que minha mente mergulha na tua presença
E me convida a fugir da própria vida...

Quero morar num instante...
É tudo que existe...
Minha chave para o longuínquo..
Mergulho no teu espírito
Respiro tua respiração
Pra me encontrar bem longe de mim
Onde as ondas fogem da areia

Como eu poderia ter inventado um mundo onde eu não caibo?
Três palavras explodindo nos meus lábios
Não posso dizê-las, mas elas teimam em me acompanhar

Os faróis do caminhão na minha frente parecem sorrir
O sarcasmo

Holofotes ambulantes me cansam
Não o vazio...
O vazio é essencialmente belo... extraordinário...

Talvez fosse a cura...