19.10.08

Dentro


"Eu já fingi ser muito melhor...

Eu já aprendi ser pior...

Mas sem mentiras..."

Nervos adormecidos...

Estou embaixo d'água...

Não importa.


Não sinto nada.


O vestígio de sombra que pudesse me fazer lembrar...


Mais dor.


Uma imensidão de vazios. Gritos secos.


Rezo por um ímpeto...


Cubro os arranhões com meus dedos.


Minhas mãos te procuram através do vidro.
Sei que dessa vez não podes quebrá-lo...


1.9.08

Sobre os sorrisos

A eterna luta...
Correr ou não...
Quem sabe gritar...
O meu dentro rasgando a pele, implorando pela luz do sol...
Não pude dá-la... enterrei-o com força...
Parte de mim se rompeu...

Prometi todas as coisas...
Não as pude cumprir...

Deixei que ela fosse...
Como doeu a distância...

Foi o que restou, a insanidade...
Noites em branco...

Corro e corro...
E aqui estou... no mesmo lugar...

"COMO O LAR E A PAZ, AOS QUAIS NENHUM CAMINHO O PODERIA LEVAR."

13.5.08

O Primeiro

Ouvi a mesma música repetidas vezes.
Um esforço a cada tentativa de tirá-la da minha mente.

Andar pelas ruas.
O vento frio, milhares de sensações.
A presença dela em toda parte, como se o ar a trouxesse pra dentro de mim.

Meus olhos molhados, fugindo de coisas que tornariam esse dia impossível.
A liberdade. Um preço alto.
Cubro todos os sons. Recolho a respiração.
Na minha cabeça um filme. Quem dera o tempo fosse um filme e os segundos pudessem ser revividos...

Sinto frio.
Não pude ir.
Esperei algum tempo e não pude ir.
Continuo vendo aquele sorriso na minha frente.
O difícil é escapar das coisas que estão dentro.
A mesma música cem vezes. Um lugar onde não houvesse o lembrar, o arrepender-se.
Meu coração empurra meu corpo pra dentro.
Não era o caminho mais fácil. Era o único.
Imagino qualquer coisa impossível. Um desejo doído...
O choro de novo.
A beleza das coisas que espero ver, a das que já enfeitiçaram meus olhos,
Há quanto tempo não passava um dia sem aquela voz? Um dia, cem anos.

Não sei dizer porque as coisas me inundam desse jeito.
Às vezes um peso enorme...
A fusão das formas.

Moraria num segundo. O que a vida trará não se sabe.
Até aqui, moraria num segundo. O ápice de uma existência.

Que não seja essa dor em ti.
A vida, uma bobagem, meu coração, ridículo.
O estar incompleto.
O amor, um sem fim de razões,
Meu coração ingrato.

Vou procurá-la em outros tempos, outros lugares, outros abraços...
O que entra fica preso para sempre.
O romance jamais representado.

5.3.08

"A mulher dilacera o meu estômago com suas unhas roxas...
Uma dor de desmaiar...
É o momento ali... minha dor viva...
Suas unhas cortantes...
Meu coração disparado...

Meus olhos se enchem d'água...
E ela continua...Ela sabe o que fazer...
É o momento... a única chance...

O amanhã revelará o sonho... e não haverá mais volta...
Beijo sua boca enquanto me parte em dois...
Quando o dia nascer....
Quero ter ido ao inferno..."

4.3.08

Se eu ouvir sua risada,
Ou o som da tua voz...
Juro que não é por mal...
Algumas coisas teimam em doer...

O coração na mão e a saudade...
Seja o que o vento trouxer...
Uma leve brisa e uma sensação funda...
Funda que demora a subir... e inunda tudo...
E vaza pelos olhos... desculpe a franqueza...

Alimento um sorriso fraquinho...
Os carros passam por mim...

Pra que tanta falta...
Repito: amanhã mais leve.
Os olhos pesados. Pés descompassados.

Seja como for.