Até dá vontade de culpar o outro, a vida, a economia, a sociedade.
Mas nem é. É culpa minha mesmo.
Eu me trouxe até aqui.
Por sufocar a rebeldia que me incomodava tanto.
Segurei tanto o choro e a raiva que só sobrou o silêncio.
A cada dia eu me despedia um pouco dela, dele... de mim.
E se há cada vez menos vida em tudo que eu vejo, a culpa é minha.
-Há que se sobreviver... sub viver.
Não há.
Há que se viver, sentir o peito ardendo mesmo e ter os olhos vivos de sangue.
Há que se atirar no palco e enfrentar os risos.
Há que se morrer de amor...
Volta lá e me avisa. Avisa que vou me deixar desaparecer.
Grita por mim. Acorda todo mundo.
Não me deixa sumir.
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