Frio

Fechei meus olhos e mergulhei
Aquela água morna a invadir meus olhos, meus ouvidos, meus poros
Prendi a respiração
O líquido como dois braços me empurrando cada vez mais fundo...

Perdera os sentidos, deixara de prender o ar que ainda restava...
Não importava mais...
Já não havia “eu”, já não havia nada...
Não era mais meus braços, meu peito. Era alguma coisa além.
Era voltar ao início.
Entreguei-me a beleza de perder os sentidos. “Tornei-me um”

Noites e dias se passaram. Segundos. Talvez.
Abri meus olhos molhados.
Fitei-a por 3 segundos e parti.

Aonde quer que eu vá eu levo um cobertor.